Trabalho com vinhos há muitos anos e desde 2008 venho estudando para colocar em prática um sonho antigo: Um vinho franco-brasileiro. Esse sonho se deu início a partir do encontro com Bernard Hudelot, ocasião que selou uma sólida parceria e, acima de tudo, uma amizade fraterna.
Somos apaixonados pelos vinhos de longa guarda e seus aromas terciários, e através do Bernard encontrei o mestre ideal para pôr em prática o sonho, mantendo as tradições e o método de vinificação ancestral.
Para elaboração do “Bourgogne Blanc Garde”, o primeiro passo foi buscar uma parcela nos vinhedos do Bernard – que poderiam oferecer o supra-sumo da excelência. Após muitas análises, encontrei essa parcela localizada à 400 metros de altitude, com idade média de 40 anos e expostas aos três sois: do leste, do sul e do oeste. Outro fator de supra importância foi o subsolo, fator mais importante para as plantas darem estruturas aos frutos.
Um ponto interessante que aconteceu nos últimos 10 anos foi a mudança climática que vem sendo percebida: temperaturas que eram baixas na Hautes Côtes, têm subido, gerando o mesmo terroir de Corton Charlemagne, por exemplo.
Para um vinho de estrutura e guarda que não interessa mais ao mercado e ao sistema moderno, foram diversos processos que ocorrem em barricadas por 18 meses até chegarmos no “Hautes Côtes de Nuits 2008”.
E ainda há quem diz que um branco de longa guarda não aguenta mais que três anos de guarda, mas este vai chegar, pelo menos, a 20!
Até o momento foram elaboradas 300 garrafas. Fica a dica de um vinho Nariz Superbe com aromas de frutas, infusão de flores, bastante frescor e destaques para sua note boisée elegante. Ah, as frutas em evidência são pêssego fresco, pêra e mirabelle.
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Conheci Jean Claude em uma palestra no Senac aclimação sp ,achei muito bom, um verdadeiro nato do vinho.