Parece um nome de modalidade esportiva, mas no seu nome original – Pfalz, o seu charme se revela. Um pedaço de terra no sudoeste alemão que está maravilhosamente colocado entre a Renânia e Alsacia, uma posição invejável na planície cercada por suaves colinas onde no verão as temperaturas médias são as mais altas da Alemanha, podendo chegar até 35 graus! Ali surgem cidadezinhas românticas como Ludwigshafen, Landau, Frankenthal e Neustadt. Entre uma cidadezinha e outra, vinhedos e vinhedos, alguns até mesmo dentro do perímetro urbano, esta é o famoso Deutsche Weinstraße, ou seja a estrada do vinho alemão.
Muitos pontos interessantes a serem visitados, como a Catedral de Speyer, erguida em 1080 e patrimônio mundial da Unesco, um desafio da arquitetura românica pelo seu tamanho majestoso. Depois da Basílica de Sao Pedro no Vaticano, é a segunda maior catedral do mundo.
Gosta de Riesling? Os do Pfalz além da característica acidez e frescor, tem aromas florais e sao extremamente elegantes. Para os amantes do vinho e de novas experiências aconselho vivamente provar o Scheurebe, uma variedade nativa fruto do cruzamento do Riesling com uma espécie desconhecida com notas que lembra o moscatel mas mantendo o sabor do Riesling. O cultivo dessa uva porém está em declino por causa da sua baixa produtividade, portanto se encontrarem, comprem!
Visitar produtores alemães do Palatinado é uma experiência pitoresca, quase todos tem suas “Weingut” (vinìcola) num contexto residencial, com muita historia entre as paredes. Como o caso de Weegmüller conduzido por Stefanie e Gabriela, duas irmãs de grande personalidade e devoção. Stefanie é muito considerada entre seus pares por ser umas das mulheres pioneiras na enologia de qualidade em Pfalz, estreou em 1984 com responsabilidade total da safra da Weingut familiar. Nada de vinhos tintos para elas, nos 15 hectares de propriedade com total de 120.000 garrafas ao ano, a maior parte é mesmo dedicada ao Riesling. Uma minúscula produção de Pinot Noir se transforma no Blanc de Noirs, seguindo a vocação regional para vinhos brancos
Impressionou o Scheurebe, tão floral e frutado de frutas cítricas, naturalmente elegante e com toque mineral. Experimentamos a especialidade da casa: Rieslings que foram selecionados pela características e vinhedos antigos. O Der Elegante 2017 já se declara pelo nome, fruto de vinhas com mais de 50 anos apesar de super jovem promete uma longa estrada adiante mantendo sua personalidade floral e frutada. Outra estória é narrada pelo Der Mineralische 2017, já bem equilibrado na sua acidez, transmite essa vibração mineral que deixa com gosto de “quero mais”. A prova de que um ano na garrafa faz a diferença foi dada pelo Herrenletten 2016, o nariz já mostra as notas de querosene com fundo floral e frutado, a sua maior mineralidade se percebe no paladar pelo final ligeiramente amargo mas agradável. Enfim, o delicioso Von 4 Morgen, que não significa “de 4 manhãs”, mas 4 vinhedos específicos ou seja uma versão alemã de “cru”. Este com uma produção minúscula, é colhido tardiamente, um autentico “Auslese” e sua bagagem aromática complexa. Em tempo, a enóloga Stefanie é apaixonada por patinhos de borracha e tem uma coleção simpática na adega.
O site do órgão de turismo de Pfalz é muito completo com informações sobre roteiros e eventos, pena que seja somente em alemão (tentei em todas as formas mas não achei a versão em inglês), meu conhecimento do idioma é muito básico mas talvez vocês podem encontrar o botão certo: https://www.pfalz.de/de
Auf Wiedersehen in Pfalz!
Olá, só pra contribuir, não é considerada uma catedral a Basílica de São Pedro, no Vaticano. A catedral é a sede do Bispo, e a sede da Diocese de Roma é a Basílica de São João do Latrão.