Dez dias na França – Parte II – Borgonha

Na manhã seguinte ao jantar no Le Rendez-Vous de Chasse, acordamos cedinho e seguimos para Beaune, na maravilhosa Borgonha, para rever um grande amigo: o especialista do VinhoEtc, Jean Claude Cara.

Beaune é uma pequena cidade murada localizada no coração da Borgonha. Dizem que, de toda a França, está entre as melhores cidades para degustação de vinhos. Muitas Maisons estão localizadas na própria cidade e é possível fazer um circuito de visitações a pé.

Foram três horas de viagem e, como tínhamos apenas 1 dia nesta magnífica cidade, a Maison que elegemos para visitar foi a histórica Joseph Drouhin.

A Maison transborda cultura. Suas caves foram construídas com uma arquitetura inspirada na Roma antiga. E foram usadas, também, como esconderijo estratégico para os vinhos mais preciosos dos duques da Borgonha. Boa parte delas foi murada, para proteger esse tesouro dos soldados alemães durante a segunda guerra mundial. Nessa mesma época, Maurice Drouhin (filho de Joseph Drouhin), chefe da resistência francesa, foi perseguido pela Guestapo e se escondeu no Hospices de Beaune. Como forma de agradecimento, Maurice doou ao Hospice de Beaune alguns hectares de suas vinhas.

Atualmente possui 73 hectares de terras na Borgonha. Estão entre os maiores produtores da região, chegando a produzir até 3 milhões de garrafas nos melhores anos, sendo que 70% de seus vinhos são Premier Cru e Grand Cru. A nova geração dos Drouhin permitiu à Maison expandir seus negócios para além dos domínios da Borgonha, e produz desde 1988 vinhos na região do Oregon, nos Estados Unidos.

Após uma longa caminhada nos quase 2 hectares de caves, seguimos para uma degustação.

Depois, almoçamos no espetacular Loiseau des Vignes, premiado com uma estrela no guia Michelin, acompanhados do carismático e querido Jean Claude Cara.

Privilegiados, fomos atendidos pelo diretor do local, Christopher Gines (um dos nossos palestrantes do Encontro Internacional VinhoEtc). Christopher é uma simpatia e fala um pouco de português.

O almoço foi simplesmente irretocável!

Para finalizar nosso dia na Borgonha, conhecemos o Château de Villars Fontaine, a vinícola de Bernard Hudelot, também palestrante do nosso Encontro Internacional VinhoEtc.

Bernard Hudelot é proprietário do Chateau de Villars-Fontaine, localizado na Côte de Nuits, próximo 3km da região de Nuits-St-Georges. Ele começou a produzir vinhos em 1973. Antes, em 1967, dedicou seu tempo à compra e criação de um vinhedo que pertenceu à sua família, realizando, sozinho, o replantio, a construção das instalações, a vinificação e a experimentação de métodos para a produção de seu vinho, sempre respeitando a tradição e sua chamada Regra de Ouro, que é manter-se simples, natural e dar tempo ao tempo.

Seus vinhos já ganharam diversas medalhas em concursos e são conhecidos pela longa guarda – com uma espera de, no mínimo, 8 a 10 anos para ficarem prontos para consumo.

Com a noite chegando, foi hora de se despedir e seguir de trem até Paris. A experiência de chegar à Cidade Luz na véspera do Natal e algumas outras pérolas culturais e gastronômicas eu deixarei para o último post sobre a viagem.

Se você ainda não leu a primeira parte da viagem, clique aqui e conheça a Alsácia.

Espero que esteja gostando da viagem! Deixe seu comentário abaixo, sua opinião é muito importante!