Depois do encanto inicial com essa joia do sul do Brasil, comecei a respirar um ar italiano nas redondezas. Tudo me parecia familiar, a partir do nome das ruas com sobrenomes italianos e enfim a influencia mais marcante foi mesmo na mesa! Dizem que a maneira mais fácil de se sentir conectado com as próprias origens é através da culinária. Percebi uma influencia italiana muito presente e muito forte nos menus dos restaurantes por onde passei. Não é só dizer que massa = Itália, mas o modo de fazê-la diz muito em relação à exata proveniência do Bel Paese. Sem duvidas, notei o predomínio do norte, mais precisamente da região do Veneto.
Almoçar na Osteria della Colombina é uma viagem ao Vêneto e ao passado dos colonos italianos que imigraram para o Brasil. O ambiente típico com chão de terra batida, as longas mesas únicas onde compartilhar o almoço com diferentes hospedes introduzem um autêntico “pranzo” italiano: cappelletti com “brodo”, polenta torrada com queijinhos, fortaia (fritada) e carnes de panela me dão agua na boca sò de pensar!
Outra boa pedida é a característica Casa Postal Vinícola e Bistrô com seus deliciosos risotos acompanhados com salmão ou paleta de cordeiro.
Toda regra tem sua exceção, e no Vale dos Vinhedos há um pequeno restaurante especializado em Fondues. O lugar é pequenino mas a qualidade das carnes e dos queijos é de primeira. Confiram o Chamonix Fondue (http://www.chamonixfondue.com.br/) .
Voltando ao Vale dos Vinhedos pelo nosso motivo principal de viagem, prestem bem atenção! Ali existe uma vinícola imperdível: a Almaúnica. A arquitetura da cantina é de tirar o folego, a posição no alto da colina com vista sobre os vinhedos é arrebatadora. Mas não basta. Uma vez que se degustam os Shiraz da Almaúnica, pode-se dizer adeus ao mundo cruel. Apesar do Chardonnay ter uma boa presença de frutas cítricas e ter herdado sensações de caramelo e especiarias da barrica eu apostaria todas as minhas fichas nos tintos da Almaúnica. Todos com grande complexidade olfativa, fineza e sobretudo puros. Nota-se um trabalho nas vinhas pelo perfeito grau de maturação das bagas perpetuado pelo caráter frutado. Muito atenciosos também no processo de vinificação, eles adotaram o sistema de gravidade para trasfegas e engarrafamento. Destaque especial para o S8, numa só definição: perfeito!
O ultimo dia da enoviagem foi dedicada a Pinto Bandeira, terra de excelentes espumantes.
Outro Salton achou casa por aqui, mas deu nome à sua vinícola Valmarino como herança da sua pátria original. Valmarino que no Vêneto é identificada com “Cison de Valmarino”, uma pequena localidade rural no coração do Vêneto considerada uma dos lugarejos mais bonitos do pais. Surpreendeu o Prosecco que se parece bastante com seu parente italiano, com as típicas notas de pera e maça e acidez bem viva. Mas os espumantes Churchill Extra Brut com notas de chocolate branco, estrutura importante e o Churchill Prestige com um nariz complexo de frutas cítricas, abricó e leveduras são espetaculares. Uma produção pequena para produtos de finíssima qualidade.
Para encerrar, passando por Pinto Bandeira uma visita inesquecível ao meu primeiro amor Cave Geisse. Com emoção à flor da pele, o passeio pelos vinhedos num buggy 4×4 foi suficiente para me deslumbrar pela imensidão da propriedade. Abolindo o uso de agrotóxico e empregando técnicas de eliminação das ervas daninhas por tratamento térmico, a Cave Geisse assumiu um compromisso com o ambiente e os consumidores. A qualidade das uvas permanece excepcional. Mas a diferença reside na sabedoria de como processa-las, pois para fazer bons espumantes é necessário muita “expertise”. Assim quando se prova um Terroir Nature 2014 com toda sua complexidade olfativa, identidade e efervescência sublime se tem a certeza desta habilidade.
A essa altura da viagem, cheguei a pensar em mudar de volta pro Brasil e me estabelecer no Sul, mas sobrevoando os canais de Veneza ao regressar e avistando ao longe o perfil terracota dos edifícios da Sereníssima Republica Veneziana esse ligeiro pensamento se esfumaçou.
Importante matéria que nos enriquece em conhecimento e, tem tudo a ver um bom vinho com a gastronomia. O Brasil está crescendo muito no mercado da vinificação.
Carissima Ada Regina,
Gostei de ler o seu parecer sobre os Vinhedos do Sul.
Ontem, acompanhei na Globo News uma reportagem sobre uma nova produção de vinhos na Chapada Diamantina,
na Bahia. Você já ouviu falar nessa novidade?
Você fica no Rio até quando? Pois eu e Else gostariamos de revê-la.
Um abraço
Moacyr
Ola’ Moacyr desculpe pela demora, jà ouvi falar dessa produção mas nao tive oportunidade de experimenta-los.
Este ano estarei de volta ao Brasil!
Cara Ada Regina,
Gostei de ler sua reportagem sobre os vinhedos do Sul.
Ontem assisti pela Globo News reportagem sobre novo vinhedo na Chapada Diamantina na Bahia.
Você já ouviu falar nessa nova vínicola?
Como está sua programação? Pois Else e eu gostariamos de revê-la.
Abraços para você e Tilly
Moacyr