Para os apreciadores de vinho o que vem à mente quando falamos de Uruguai? Sem dúvida, a uva Tannat. Original do sudoeste da França, ela encontrou no Uruguai o melhor terroir para seu plantio e hoje ocupa um terço das vinícolas uruguaias. Essa ocupação é maior do que na França, sua terra natal. Além de ser uma verdadeira identidade uruguaia, a Tannat também tem sido reconhecida por suas qualidades rejuvenescedoras, por causa de compostos antioxidantes presentes no seu vinho.
Após a realização de apurados estudos, foi confirmada em congressos médicos como uma uva com grande quantidade de resveratrol, polifenol que age como anti oxidante, atuando contra o câncer e como redutor do mal colesterol, trazendo também outros benefícios à saúde.
A uva Tannat produz um vinho saboroso de cor vermelho escuro, aromas de baunilha, coco, ameixa, geléia de framboesa e morango. Na boca, após passagem ou não pelo decanter, aparece a pleno em todo o seu esplendor, produzindo taninos agradáveis, bastante volumoso e fácil de beber.
Estas características levam a uma harmonização perfeita com comidas com gordura, como o churrasco, carnes assadas, pratos baseados na carne de ovelha e outros encorpados e condimentados.
No Rio de Janeiro, existe um lugar para combinar tudo isto e se apreciar o vinho feito com as uvas Tannat: o Restaurante Gonzalo, uma parrilla uruguaia localizada no Leblon que tem ares de uma verdadeira embaixada do Uruguai.
Sua ambientação remete a um restaurante que poderia estar funcionando em Montevideu ou Punta Del Este, mas está instalado na Avenida Bartolomeu Mitre. Sua decoração está repleta de objetos, fotos e posters garimpados em feiras livres e de artesanato de cidades uruguaias.
E para representar a verdadeira alma do país vizinho, existe um personagem que está presente no restaurante desde que as pessoas se sentam à mesa: o imortal Hector Estéban Alfonso Gonzalo, que cedeu seu nome ao lugar e protagoniza várias situações inusitadas em que aparece como se fosse um verdadeiro herói uruguaio de histórias de quadrinhos, retratado nas toalhas de papel que cobrem as mesas.
O lendário Hector Gonzalo, de acordo com as histórias que divertem os clientes enquanto esperam a chegada das bebidas e da comida, é considerado como o maior entendedor de carnes do mundo e, hoje, depois de espalhar sua sabedoria milenar sobre parrillas, se encontra vivendo em segredo em algum lugar do território uruguaio.
Gonzalo, obviamente, é apenas um personagem, pois a idéia de uma parrilla uruguaia no Rio de Janeiro surgiu mesmo por causa de Gustavo Delorme e seus sócios, que há dois anos têm oferecido aos cariocas um autêntico espaço uruguaio para apreciar boas carnes e vinhos, principalmente o Tannat, em um lugar onde se respira história e a alma uruguaia, começando pela decoração, no atendimento com garçons vestidos com roupa típica, no cardápio e até chegar à cozinha, onde há verdadeiros gaúchos do Uruguai tomando conta da parrilla. Sua entrada no mercado foi responsável pelo crescimento do consumo da Tannat, hoje a sua maior atração junto com a carne.

Antes da inauguração, Delorme e seus sócios questionaram qual seria o tipo de vinho adequado a ser vendido no Gonzalo e concluíram que, assim como a Malbec é símbolo da Argentina, a Tannat é a uva emblemática do Uruguai e logo ela assumiu a condição de o vinho da casa. No começo da operação do Gonzalo, sendo pouco consumida no Brasil e cercada por preconceitos e desconhecimento dos clientes, ao ser oferecida como uma boa opção para a harmonização com os pratos do cardápio para surpresa deles a Tannat foi muito bem aceita, passando a ser o vinho mais vendido no restaurante.
E ainda, por conta da iniciativa de incentivar a degustação do vinho acompanhando seus pratos de carnes, o Gonzalo abriu para adegas e delicatessens a oportunidade de ter em seus estoques mais rótulos uruguaios, festeja Delorme:
– O gosto pela carne, especialmente pela carne nobre e bem feita, tem crescido entre o público carioca e isso refletiu na venda de Tannat na cidade.
O Gonzalo surgiu quando ele e seus sócios perceberam a oportunidade de inaugurar uma casa de carnes nobres no Rio de Janeiro. Churrascarias e o gosto pela picanha já estão espalhados pela cidade há muito tempo, mas havia espaço para oferecer um bife de ancho ou de chorizo, empanadas, o doce de leite e um serviço que fizesse justiça à fama que a carne uruguaia desfruta no mundo.
“É interessante ver como os clientes aqui lidam com o vinho. O primeiro lugar nas vendas é o Tannat e o segundo lugar está bem longe dele. O Vinho do Porto, por exemplo, sai menos do que o licor de Tannat uruguaio.”, diz.
Hoje, o Gonzalo tem a maior variedade de rótulos uruguaios do Brasil, como pode ser visto na carta, sendo o restaurante de maior volume de vendas de garrafas de vinhos feitos com a uva Tannat no país. Outra curiosidade, é a iniciativa de clientes que pedem para experimentar o vinho uruguaio feito com outras uvas, como pinot noir ou chardonnay. E ficam positivamente surpreendidos.
Para justificar o sucesso da Tannat, Delorme explica que o uruguaio é um povo que se preocupa com a qualidade de seus produtos:
“O carinho que eles dedicam na fabricação e na venda do que produzem se reflete na mesa e chega ao cliente final.”
Para conhecer os vinhos uruguaios, Delorme sugere um almoço ou jantar harmonizado no Gonzalo, experimentando uma carne mal passada e uma taça de vinho Tannat. Depois, compartilhar esta experiência.
GONZALO: Avenida Bartolomeu Mitre, 450 – Leblon. www.gonzaloparrilla.com.br
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GOSTEI DA MATERIA EXPOSTA POR EDUARDO REZENDE,SOBRE A TANNAT.É MAIS UM RESTAURANTE BOM NO R.DE JANEIRO PARA CONHECER E DEGUSTAR ESSE VINHO FANTASTICO C/ A UVA TANNAT…EMBORA EU JÁ CONHEÇA,BEM ESSA UVA DE DEGUSTAÇOES QUE ME SÃO OFERECIDAS .VALEU EDUARDO!!!
Valeu pela ótima sugestão do vinho e pelo endereço do restaurante, estarei lá em breve.
Com certeza os vinhos do Uruguai são maravilhosos, pois eu sou um apreciador da quilo que tem de bom, gosto de consumir vinhos que são bem elaborados. O Tannat tem seu diferencial.
Tannat sempre surpreendendo. Gratíssimas surpresas em garrafas como Gran Tannat, Monte Vide Eu, Cru D’Exeption, Amat, B6 Parcela Unica, Narbona e por aí vai…
A matéria resume muito bem o restaurante. Agora corram pra degustar. Vale muito!!!
Bem, churrasco e comigo mesma. Sou casada com um gaucho e ai voce imagina como e que e a familia, a tradicao e o ritual para degustar um churrasco aos moldes do rio grande do sul e suas tradicoes seculares. Bem quanto ao vinho, sempre um tinto seco , claro. As vezes vinhos caseiros, ou seja fabricados la mesmo, como se diz da campanha! Abracos!
A CONHECIA A UVA TANNAT POREM ESTA MATERIA FOI PARA MIM DE GRANDE VALIA ,VOU RECEBER UMS AMIGOS SABADO E IREI CLARO APRESENTAR ESTE VINHO É CLARO SUO MUITO GRATO
Adorei a reportagem, estou começando no mundo lindo e delicioso dos vinhos e por coincidência, domingo estou oferendo um churrasco pelos 86 anos de meu pai e estava na dúvida sobre isso. Simplesmente amei e final do ano vou ao Rio e procurarei o restaurante acima pa degustar e saborear essas delícias churrasco com um bom vinho na companhia de amigos.
Valeu pela informação, após o carnaval, estarei no RJ a trabalho, irei a esse restaurante sugerido.