Em todos os campos profissionais existe aquilo que se chama de ideal mistificado ou quimera.
Para um enólogo, a quimera é o desafio representado pela uva Pinot Noir. Todo enólogo sonha em domar essa casta para transformá-la num vinho sacro, praticamente o vinho perfeito
A realidade apresenta muitas dificuldades pois o Pinot Noir tem necessidades bem específicas senão oferece grande adaptabilidade. Quais são esses quesitos básicos?
- Drenagem eficiente, o solo abaixo das videiras não pode acumular humidade.
- Poucos nutrientes no solo, uma boa química natural do solo fortalece a planta.
- Temperatura fresca, sendo uvas que amadurecem num tempo razoavelmente curto comparando com outras variedades, o Pinot Noir não gosta de calor.
A partir daí, entra em jogo o projeto do vinhateiro, o estilo que ele deseja construir no vinho vai determinar uma série de processos na adega, seja na fase da prensagem que na sucessiva fermentação.
Quando se fala em Pinot Noir, a primeira associação que vem à tona é justamente a Borgonha. Contudo, o desafio do Pinot Noir é internacional.
Uma mente brilhante, resolveu há dois anos alargar esse desafio criando uma rede de contatos entre enólogos e wine lovers para que juntos possam celebrar uma intensa troca de conhecimentos e vencer essa quimera.
Eis que Matjaz Lemut, enólogo e proprietário da Tilia Estate do Vale do Vipava na Eslovênia, concebeu o Festival Modri Les Noirs visando alcançar altos níveis de criatividade e comunicação. 
O Festival se desenrola em dois dias, na pitoresca cidade de Idrija, hospedado no prestigioso relais de charme Kendov Dvorec. Esta segunda edição contou com a participação de países insólitos como Hungria, Sérvia, Suíça, Croácia e Polônia além da maciça presença de produtores eslovenos e alguns italianos. No total foram mais 100 diferentes vinhos em degustação livre.
Duas excelentes palestras foram conduzidas por Quentin Sandler, escritor inglês de vinhos e Richard Pfister, um suíço especialista em análise sensorial e criador de perfumes. Durante a palestra foram degustados Pinot Noirs de varias procedências como Nova Zelanda, Africa do Sul e Estados Unidos (Oregon e Nova Iorque).
Matjaz foi capaz de criar um evento convidativo pois oferece aprofundamento enológico, alta gastronomia e entretenimento musical.
O terceiro Festival Modri Les Noirs jà esta’ programado para a segunda metade de outubro do ano que vem. Matjaz anda sempre em busca de novos colaboradores, portanto espalhem a notícia para seus amigos produtores, a nova onda é se apresentar na Eslovénia!
