O Programa de Patrimônio Mundial, administrado pela UNESCO, nomeia e conserva locais de excepcional importância cultural ou natural para o patrimônio comum da humanidade. Atualmente, quase mil regiões são classificadas como patrimônio mundial da humanidade e, é claro, que culturas marcadas pela vitivinicultura não estariam de fora da lista.
Até este ano, foram sete regiões vinícolas tombadas pela UNESCO: Saint-Émilion, na França, Alto Douro, em Portugal, Mittelrhein, na Alemanha, Tokaj, na Hungria, Vinhas do Pico, em Açores/Portugal, Lavaux, em Genebra e Piemonte, na Itália.
Saint-Émilion, na França, é um vilarejo medieval de Bordeaux e um dos principais produtores de vinhos tintos do mundo. Foi a primeira região vinícola tombada pela UNESCO, em 1999, e os vinhos são produzidos em chateaux – castelos! Os chateaux predominam a região: para cada 3 moradores há 1 castelo. Incrível, né?
O Alto Douro vinhateiro foi a segunda região vinícola tombada pela UNESCO, em 2001. O vale fica ao norte de Portugal e é banhado pelo Rio Douro, um dos maiores orgulhos dos portugueses. É a região vinícola demarcada mais antiga do mundo, decretada por Marquês de Pombal em 1756. Os famosos vinhos com as denominações “Porto” e “Douro” vêm de lá.
Mittelrhein, na Alemanha, foi reconhecido como patrimônio mundial da humanidade em 2002 . Também conhecida como Médio Reno, a região é marcada pelos vinhedos e castelos nas encostas íngremes banhadas pelo rio Reno. Esta é uma das regiões do país responsáveis por tornar a Alemanha na maior produtora de uvas Riesling do mundo. Riesling é uma casta muito versátil: pode ser usada para o tradicional vinho branco, para rosés ou tintos – e pode até ser transformada em água!
Tokaj, na Hungria, é uma região com 27.000 hectares de vinhedos e foi tombada pela UNESCO em 2002. Tonkaj tem uma tradição milenar: suas videiras são atacadas pelo fungo Botrytis, que desidrata a uva e concentra o açúcar – a chamada “podridão nobre”. Esse processo é o que dá origem ao vinho botritizado, um vinho super doce. Além disso, as caves para guardar esses vinhos são feitas nas rochas das montanhas vulcânicas da região, que mantêm de forma natural temperatura e humidade constantes. O vinho é tão importante para o povo húngaro que merece até citação no próprio hino nacional!
A Ilha do Pico, a segunda maior do arquipélago de Açores em Portugal, teve sua belíssima paisagem vinícola tombada em 2004. As vinhas são cultivadas em chão de lava negra que são “costurados” por muros rochosos, que dão a impressão de formar um labirinto. Esses muros, com cerca de um metro de altura, foram construídos para proteger da maré e do vento os pequenos lotes de vinhas – chamados de currais ou curraletas -, ao mesmo tempo que permite a exposição ao sol, necessária para a maturação das uvas.
Lavaux, na Genebra, teve seus vinhedos em terraço tombados pela UNESCO em 2008. É uma região na parte ocidental da Suíça banhada pelo lago Genebra. Desde o século XII, os habitantes dos mosteiros cultivaram vinhedos em degraus nas montanhas e, atualmente, cerca de dois terços da região são ocupados por videiras. Os vinhos de Lavaux são agrupados em oito apelações de origem controlada – AOC, mas apenas 1% da produção é exportada.
Piemonte, na Itália, foi tombada neste ano por causa de sua forte cultura vinícola e belas paisagens. A região, cujo nome quer dizer “pé do monte”, é reconhecida em todo o mundo pelos vinhos, especialmente o Barolo, Barbera e Dolcetto. Outro tesouro de Piemonte são as trufas, que são vendidas a peso de ouro para restaurantes no mundo inteiro. Atualmente, a Itália é o país com mais patrimônios mundiais da humanidade!
A Espanha ocupa o segundo lugar do ranking com maior número de patrimônios tombados. Recentemente, o governo espanhol propôs a UNESCO o reconhecimento da paisagem do vinho e dos vinhedos da Rioja como patrimônio da humanidade. Quem sabe, a Rioja será a próxima e oitava região vinícola a ser consagrada pela UNESCO…
Enquanto isso, o mundo tem sete lugares que provam a importância cultural e natural da vitivinicultura. Vinho é mais do que uma bebida: é história, é cultura, é a identidade de muitos povos.
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Por Priscila Minussi
É muito bom adquirir conhecimento sobre vinhos. Ainda mais sobre regiões destacadas no contexto mundial tanto na produção como na cultura dos povos.
Boa matéria.
Excelente artigo. Resumido e de ótima leitura.
EXCELENTE REPORTAGEM. ALÉM DE DIDÁTICA NOS MOSTRA FOTOS DAQUELAS MARAVILHOSAS REGIÕES.
Matéria muito boa, nos trás conhecimentos válidos para somar a outros. Parabéns, abraço.
Adorei a matéria ,agregou muito na minha busca em saber mais e mais sobre essa bebida maravilhosa
Excelente matéria !!!
Parabéns equipe, abraço.
EXCELENTE REPORTAGEM. NOS MOSTRA FOTOS DAQUELAS REGIÕES
Parabéns pela matéria, principalmente pelas fotos. Belíssimas. Fiquei curioso sobre a citação de que a Riesling pode ser usada para a produção de água. Curiosidades como essa são bem aceitas nos cursos e palestras. Voce poderia me enviar citações e/ou locais onde eu possa ler mais a respeito? Grato.