SPAGHETTI de CAQUI, FOLHAS e CAMARÃO ROSA
O caqui tem origem asiática, mas foi na China e no Japão que fincou raízes e de lá se espalhou pelos quatro cantos do planeta. Chegou ao Brasil com a leva de imigrantes japoneses no fim do século XIX, encontrando, no Sul e Sudeste do país, solo e clima favoráveis ao seu cultivo. No Japão, segundo estudiosos, estão catalogadas mais de 800 variedades da fruta, mas por aqui o tipo rama forte, o fuyu, o goimbo e o kyoto são os mais populares. Apesar de existirem variedades que “travam a boca”, o caqui quando maduro é suculento e doce.
O tão procurado “caqui chocolate”, não é considerado um tipo exclusivo do gênero. Todo caqui pode ser ‘chocolate’ desde que tenha sementes. É a natureza quem decide. Uma única árvore pode gerar frutos com e sem sementes. A presença delas ajuda na liberação dos taninos, responsáveis pela característica adstringente da fruta. Cortado no modo spaghetti, o caqui foi a base de uma salada de folhas verdes que teve a companhia de muita proteína nos camarões rosa jumbo grelhados. Glaze com aceto balsâmico di Modena IGP, finalizou o prato.
CONTRASTE BRANCO DOURO 2013
A enóloga Rita Marques diz: “A forma como concebemos o vinho, o entendimento que temos da nossa região, o ponto de partida do projeto e inspiração da nossa história. Daí a marca. Desde o século XVIII que o vinho do Porto monopoliza a cultura vinícola, produzindo uma paisagem de extraordinária beleza. Mas só recentemente se percebeu o tremendo potencial da zona leste do Douro. Primeiro, com a abertura de melhores vias de comunicação; depois, com a revolução dos vinhos de mesa. É, sobretudo, este último fator que abre a janela para um universo de especificidades ao longo do rio, um imenso vale que não pode mais ser visto, e cultivado, como um todo uniforme e indistinto. O vinho acabará, inevitavelmente, por expor os seus diversos terroirs. Conhecê-los, trabalhar corretamente altitudes, solos e microclimas tão distintos, é uma viagem sem regresso. Na qual embarcamos de alma e coração. Em busca da particular frescura e equilíbrio da nossa terra. É nisso que acreditamos. É esse o nosso Conceito!”
O Contraste Branco 2013 [produção de apenas 20.000 garrafas], foi elaborado com as castas Rabigato, Códega do Larinho, Códega e Arinto de uma vinha com 10 anos, num pequeno planalto granítico [altitude 600m] na freguesia de Freixo de Numão, 15km a oeste de V.N. Foz Côa, é uma mescla fermentada 6 meses em barricas novas e usadas de carvalho francês [30% do vinho] e cubas de aço inoxidável [70%], com bâtonnage regular. O sutil uso de madeira foi integrado perfeitamente no conjunto, sendo pouco aparente. Possui boa estrutura e o belo frescor que eu antecipava. Corpo redondo, concentrado e relativamente cheio transmite uma sensação de intensidade que impressiona pela juventude, num branco que não deixa de ser elegante e conta com uma acidez capaz de arredondar este vinho. Um caráter herbáceo aparece em boca no final.
Degustei com os olhos e com o desejo. Me programei para seguir com a receita e a dica. Amanhã, sábado é dia…