RIOJA, a mais destacada região vinícola da Espanha

Imagine-se dentro de um carro passeando por estradas entre vinícolas, que se estendem até as montanhas na linha do horizonte, e sentindo o vento fresco do campo. Parece até cena de filme, certo? Assim é Rioja, nossa parada para bons passeios e bons vinhos na Espanha.

Situada ao norte da Espanha, é a principal região vinícola do país. Sua produção é predominantemente de vinhos tintos e há mais de um século é considerada a mais destacada região vinícola da Espanha. Rioja divide-se, ao longo do rio Ebro, em três partes:

Rioja Alta, que ocupa a parte do Vale do Ebro a oeste de Logroño;

Rioja Alavesa, que fica ao norte do rio Ebro, estendendo-se até a província basca de Alava;

Rioja Baja, que ocupa os subúrbios de Logroño do sul ao leste, incluindo as cidades de Calahorra e Alfaro.

Rioja desfruta de uma invejável posição geográfica entre as diferentes regiões vinícolas da Espanha. As melhores uvas são cultivadas na parte norte, que apresenta solo rico em argila. Já na Rioja Alta e na Rioja Alavesa, os solos são ricos em ferro ou em calcário. Ou seja, Rioja tem a sua disposição uma boa diversidade de terra para a vitivinicultura.

A cultura do vinho em Rioja começou no final do século XV, a partir da retomada da região pelos cristãos. Eles construíram monastérios para abrigar e dar suporte aos peregrinos em viagem a Santiago de Compostela, onde está o túmulo do apóstolo Tiago.

Já a modernização desses vinhedos se deve aos comerciantes franceses que, para suprir o mercado interno após a devastação de seus vinhedos pela phyloxera, começaram a supervisionar e importar os produtos espanhóis a partir de 1840.

A região foi classificada com D.O.Ca. (Denominación de Origen Calificada) em 1991 e suas uvas permitidas são: a nativa e principal Tempranillo, a Garnacha, frequentemente adicionada à Tempranillo para dar maior corpo aos vinhos de corte, a Mazuelo (Cariñena ou Carignan) e a Graciano, que contribui bastante para o aroma do vinho. Em uvas brancas, são permitidas a Viúra, conhecida também como Macabeu, e a Malvasia, que confere aroma de mel aos vinhos.

Os vinhos destinados a passar longos períodos no carvalho, como os Gran Reserva, normalmente têm a tempranillo como uva exclusiva ou majoritária, às vezes associada à Cabernet Sauvignon, que é permitida em pequenas quantidades na região. Em geral, os vinhos tintos de Rioja amadurecem por mais tempo do que qualquer outro vinho do mundo antes de serem comercializados.

 

Nossa aventura começou cedo. Partindo de Barcelona, foram quase quatro horas de viagem no trem de alta velocidade. Ao chegar à estação, alugamos um carro e colocamos o pé na estrada rumo a Laguardia, que fica a apenas quinze minutos. Sem dúvida a melhor forma de conhecer a região é de carro, para observar as inúmeras vinícolas e desfrutar da beleza magnífica dessas paisagens pelas estradas. Fundada em 1164, Laguardia é uma cidade medieval rodeada por muralhas. Dificilmente mencionada nos guias de viagem, é um excelente ponto de partida para conhecer a região vinícola de Rioja Alavesa. Qual o charme desse lugar? Ele respira história e você se sente transportado a outros tempos. A muralha externa da cidade foi construída no século XIV.

Os túneis e passagens subterrâneas, que hoje servem de armazenamento para os vinhos, na verdade são escavações feitas pelos antigos moradores que, temendo um período de cerco, estocavam alimentos e bebidas. A primeira construção no local foi um castelo do século X e dele ainda restam as duas torres dos sinos. Também há duas igrejas, Sta.Maria de los Reyes e San Juan Bautista, que ficam cada uma em um extremo da cidade, que pode ser cruzada a pé em apenas 10 minutos. Laguardia é encantadora e com uma posição muito privilegiada, perto dos principais vinhedos da região. O gostoso é andar sem rumo pela cidade, explorando as ruas, repletas de lojas de vinhos. E, como a cidade é mais alta, há lugares onde se pode apreciar uma vista de tirar o fôlego.

 

O hotel escolhido por nós foi Los Parajes. A escolha não poderia ter sido melhor. Tudo lá é incrível: decoração, atmosfera, gastronomia, atendimento, conforto…

A decoração é uma atração à parte, toda pensada nos detalhes  que remetem ao universo do vinho. Apaixonante! E a dona do hotel é muito simpática, faz de tudo para que o hóspede se sinta à vontade.

No hotel há três restaurantes. No andar térreo, fica o restaurante mais sofisticado comandado pelo chef Juan Marie, ex-chef do restaurante da vinícola Marques de Riscal. Ele mesmo veio à mesa sugerir os pratos. Uma simpatia. Tudo estava excelente. Não poderia ter sido melhor.

Além disso, há uma parte subterrânea que é o diferencial do hotel. Lá existe outro restaurante mais casual que usa barricas como mesas espalhadas por túneis. Foi onde comemos as melhores tapas da viagem – uma espécie de aperitivos que se come muito pela Espanha – e tomamos um vinho fantástico.

Nessa parte subterrânea, também está disponível um SPA que oferece diversos tipos de tratamento. Escolhemos massagem e vinoterapia. Após um dia cheio de atividades, foi simplesmente perfeito. Muito relaxante!

Este é realmente um hotel para ser curtido com calma, não se deve passar por ele com pressa.

 

Site do Hotel Los Parajes: http://www.hospederiadelosparajes.com/

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