Conheça as curiosidades de Montalcino e arredores

Localizada a sudoeste da Toscana, Montalcino é uma cidade medieval como tantas outras que há na região. O diferencial é que aqui a nossa rainha da Toscana não precisa de acompanhantes para demonstrar todo o seu esplendor. É a cidade do Brunello.
Fazer um tour pela cidade é essencial e não deixe de almoçar na frente da praça central e degustar um belíssimo vinho.

 

Primeiro Dia

Ficamos hospedados no charmoso Suit D’Artist, uma estadia diferente e com muito estilo. O atendimento foi tão carinhoso vindo da própria proprietária, a Lisa, que permite uma recepção agradável e convidativa. Neste primeiro dia foram diversos passeios que compartilhamos aqui com vocês.

Tasting na Fortezza é maravilhoso e imperdível. A enoteca oferece mais de 300 rótulos de vinhos italianos e uma maravilhosa degustação de aperitivos. A Fortezza foi construída em 1361, e tem uma estrutura pentagonal, comum da época com torres irregulares.

A vinícola Le Potazzine apresenta maravilhosos Brunello e um atendimento exemplar feito pelo Michele, procure-o quando estiver por lá. O termo dessa vinícola é usado para indicar pequenas aves de cores vivas que habitam a zona rural da Toscana. O nome foi uma homenagem a Viola e Sofia, filhas de Giuseppe e Gigliola Corelli, proprietário do local desde o surgimento.

O famoso Castelo vinícola Banfi tem uma enorme loja de vinhos com possibilidade de fazer degustação. Também possui um belíssimo restaurante que serve um espetacular almoço harmonizado. Uma curiosidade é que na ocasião da nossa visita a esta vinícola, fomos surpreendidos quando uma senhora disse que não precisávamos pagar a degustação. Perguntamos a uma atendente quem seria a tal senhora, e ela me disse ser a dona do império Banfi, Marianne Banfi. Nos sentimos honrados com a recepção.

O Castello Banfi na verdade é o Castello Di Poggio Alle Mura, construído em 1438 na confluência dos rios Orcia e Ombrone, porém, alguns documentos encontrados discordam e datam que a construção ocorreu mil anos antes. A família Banfi, montou seu negócio a trinta anos (1983). Hoje, o local conta com 2.830 hectares de vinhas, um museu, uma adega, uma enoteca e capacidade de hospedar com luxo 14 casais no “ill Borgo”.

 

Outro lugar agradável para conhecer é a estilosa vinícola Talenti que foi fundada em 1890 e é reconhecida pela produção dos tintos Brunellos, de excelente qualidade e feitos para guardar por pelo menos 15 anos. Atualmente a casa possui 40 hectares de terras que se dividem entre a produção de uvas para os vinhos Rosso de Montalcino e os IGT (Indicazione Geografica Tipica) e plantação de oliveiras para a produção de azeite, que ocupam quatro hectares.

Segundo Dia

O segundo dia de viagem também foi intenso com visita à grandes vinícolas e restaurantes. Lugares incríveis que tivemos a oportunidade de conhecer.

O local mais famoso da região é a vinícola Biondi Santi que originou o Brunello de Montalcino através da produção de uva Sangiovese Grosso. Durante o tour no local, tivemos a oportunidade de ser guiados pelo proprietário Giacomo Biondi Santi. E, como estava perto do aniversário do Eduardo, compramos o melhor presente, um reserva 1971. O que resultou uma comemoração em grande estilo.

A passagem pela reconhecida Casanova Di Neri foi cercada por uma bela degustação e compra de vinhos. No local fomos atendidos pelo filho de Giácomo – proprietário – produtor do Brunello. Entre outros produtores, alguns se destacam ainda mais, como é o caso da Casanova Di Neri, tradicional produtor que desde 1971, produz com excelência e qualidade. Para o consumo, os vinhos só são liberados quando Giacomo Neri – proprietário e enólogo – acredita que estão no ponto de qualidade para a nossa plena satisfação.

Cerrato é o nome do vinhedo que fica a oeste de Montalcino e dá nome a sua linha premiada de vinhos. O terreno foi identificado em 1954 por ser rico em ferro. Os prêmios são mais que merecidos, dada a sua qualidade.

Após todos as visitas, tivemos o prazer de almoçar no restaurante Boccon Divino que conta com uma vista divina e uma refeição maravilhosa. Durante o almoço, presenciamos uma degustação vertical promovida pelo proprietário, Valdica Vicenzo, para sommeliers da Rússia. No fim da degustação, ainda deixaram duas garrafas na nossa mesa. Nada mal…rsrsrs.

São inúmeras as curiosidades sobre esse restaurante. Ainda hoje, cada prato é criado utilizando o método de “velho” e não as modas da época, como as trufas do Senesi Creta ou Porcini Amiata. Sempre sensível a necessidade de seus clientes, muitos pratos foram adequados para uma dieta celíaca sem glúten. Ah, reserve com antecedência.

Você já imaginou um lugar onde as plantas são “alimentadas” por música clássica através de diversas caixas Bose espalhadas pelos vinhedos? A Vinicola Paradiso Di Frassina é esse lugar. Nossa curiosidade sobre essa historia se deu quando assistimos uma reportagem da Discovery Channel que contava a história de um produtor que alimentava suas vinhas com músicas de Mozart.

Fomos pesquisar sobre o assunto e descobrimos que trata-se de Il Paradiso Di Frassina, situado em Localitá Frassina, em Montalcino. A história da produção com a música, surge quando um advogado milanês, Carlos Cignozzi, cansado da vida urbana, comprou a propriedade em 1999. O local estava em ruínas e por dois anos replantou os vinhedos e reformou a sede.

Considerado por alguns como lunático, Carlos Cignozzi é um apaixonado por música e vinho, e decidiu instalar alto-falantes em um de seus vinhedos e deleitar suas plantas com as obras de Mozart tocando 24 horas por dia, 365 dias por ano. E este vinhedo foi batizado com o nome do compositor: Vigneto Mozart.

Com o tempo, Carlos pode constatar que os frutos que nasciam nesse vinhedo eram muito mais vigorosos do que os de outras parcelas. Os cachos do vinhedo Vigneto Mozart, cresciam em direção as caixas de som. O resultado dessa mistura chamou a atenção da universidade de Florença e de Pisa, que hoje, desenvolvem junto com o produtor estudos sobre a influência da música nas plantas. Ah, outro resultado favorável foi que a música espantava as pragas e outros animais, ou seja, Carlos não precisava usar defensivos químicos na sua produção.

Na reta final da viagem, optamos por um fim de tarde na cidade e fomos presenteados com um lindo pôr do sol.

Fizemos compras para preparar um jantar caseiro e desfrutar a refeição em frente ao chalé do charmoso Suit D’Artist – onde ficamos hospedados – em meio às oliveiras.

Gostou desta incrível viagem? Deixe o seu comentário aqui abaixo. Caso tenha curiosidade sobre algo mais deste circuito, me pergunta e terei o enorme prazer em responder.