Didu Russo, ex-publicitário e grande apaixonado por vinhos, entrou nesse mundo após se decepcionar com o mercado onde trabalhou durante 30 anos, tendo passado por veículos como a Manchete, a Gazeta Mercantil, as editoras Abril e Globo, a TV Record e o SBT.
“Quando você vai ficando coroa, tem que aprender a conviver com o que não concorda ou então não faz carreira. Sempre fui muito combativo e nisso me cansei, perdi o encanto. Começaram a entrar muitos jovens e o mercado começou a ficar prostituído” – conta Didu, que resolveu largar tudo para abrir um bar de vinhos em 1998. A empreitada não deu certo, mas ali nasceram amizades duradouras e projetos de sucesso, como seu curso “Nem leigo, nem expert” – mais tarde publicado como livro – e a Confraria dos Sommeliers, que hoje reúne mensalmente os maiores especialistas de São Paulo.
Ainda na época de publicitário, Didu começou a inserir, nas colunas que escrevia, dicas de vinhos e ali sua paixão foi ganhando lugar nas páginas de revistas. “Comecei a criar vários pseudônimos, como o de um velhinho chamado J. Tadeu Sados, que sabia tudo sobre vinhos. Mas para isso precisei correr atrás e estudar muito também, fiquei fisgado pelo assunto e, principalmente, pela História. Não dá para falar de vinho sem falar de História e eu, que sempre fui péssimo aluno nessa matéria da escola, virei um apaixonado.”
Didu conta que a mudança na vida profissional foi muito gratificante, tanto pelas viagens e amigos que faz em todas as partes do mundo quanto pelo prazer de trabalhar com o que realmente gosta. Todos os dias, novas experiências de degustações, eventos e incontáveis garrafas de vinho. “A gente morre frustrado quando entra no mundo do vinho. Existem, no mundo, 200 ou 300 mil vinícolas. Vou passar a vida inteira sem beber nem 3% dos vinhos que existem.”
Sobre seu gosto particular, conta: “O Barolo italiano me cativa muito pela capacidade de se transformar na taça como nenhum outro”. Também comenta com alegria o frescor dos vinhos do Vale do Loire e fala sobre seu interesse pelos vinhos naturais, orgânicos e biodinâmicos. Sobre esses, diz que há produções nacionais de alta qualidade e defende que os brasileiros deveriam tomar mais vinhos nacionais – “até pela taxa de câmbio”, brinca Didu. E completa: “A produção brasileira tem vinhos ótimos em todas as categorias. Poderia ter mais se tivesse mais personalidade, se parasse de tentar imitar os chilenos. Os brasileiros têm uma imagem errada do nosso vinho.”
Quem quiser conhecer mais sobre o sommelier Didu Russo – e suas dicas preciosas para leigos e experts – terá a oportunidade de acompanhar sua palestra sobre os vinhos brasileiros e os desafios do vinho no Brasil na próxima terça-feira, dia 29 de setembro.
Um webinário online e ao vivo, para se inscrever clique aqui! As vagas são limitadas, aproveite!