O aroma e o sabor da trufa branca podem ser descritos como narcóticos. Das centenas de trufas que podem ser encontradas em todo o mundo, a trufa branca é a mais prestigiada. Crescem em lugares imprevisíveis, em geral ao pé ou debaixo de um carvalho, uma castanheira, ou uma faia. Amadurecem no final do outono. Sua colheita coincide com a das uvas do Piemonte. Não se sabe porque crescem em maior quantidade neste local, e nem porque as trufas brancas do Piemonte são as superiores em sabor à da pequena quantidade que pode ser encontrada na Toscana, na Úmbria, na Emilia-Romagna ou na antiga Iuguslávia.
Como não podem ser detectadas por seres humanos, utilizam-se cães mestiços (ou às vezes porcos) treinados para farejá-las. O caçador de trufas deve ter o cuidado de afastar o animal no momento exato, antes que ele as coma. Em geral são caçadas à noite para que sua localização permaneça em segredo.
São caras a ponto de tirar o fôlego, porém basta uma pequena quantidade para transformar um prato numa refeição inesquecível. No Piemonte, as trufas brancas são raspadas cruas sobre massas caseiras, risotos, polentas, ovos. Geralmente Barolo e Barbaresco a acompanham bem.
A cada outono em ALBA realiza-se um mercado de trufas sob uma longa arcada medieval. O ar fica inebriado com o aroma das milhares de trufas.
A cidade de Alba é encantadora. Nesse circuito fiquei por três dias e visitei diversas vinícolas e enotecas. Visitei o Enoclub, a vinícola Ceretto, o Castello Grizane Cavour, almocei no restaurante Michelin La Rey e presenciei a Feira Internacional de Trufas Brancas.
Em Alba, fiquei hospedado no Hotel Calissano e fiz um belo passeio pela cidade.
Primeiro dia em Alba
Na primeira noite, jantei no espetacular Enoclub, localizado no centro histórico da cidade, no coração do Langhe. Aqui você encontra a tradicional cozinha de Piemonte e também uma representatividade da cozinha internacional, com ingredientes valiosos, selecionados entre as melhores guarnições do mundo. Um local repleto de historias.
No piso térreo do Enoclub, você encontra o Café Umberto, um restaurante casual e muito similar a um bistrô, que oferece uma cozinha cosmopolita feita com toda singularidade culinária latino americano.
A adega subterrânea é destino imperdível para os amantes gourmet. Aqui você pode saborear a Al plin Ravioli, a carne crua e as Trufas, líder indiscutível do “Autumm in Piemonte” e da Feira Internacional de Trufa Branca de Alba – que presenciei no segundo dia da viagem. Experimentei a trufa branca pela primeira vez e foi paixão à primeira garfada.
Foram duas identidades gastronômicas para uma experiência culinária única, complementadas por uma vasta lista de vinhos, dos internacionais de mais alta qualidade até os melhores produtores de Baralo e Barbaresco, até as produções mais interessantes do Langhe e Roero Nebbiolo, Barbera, Dolcetto, Arneis e Freisa.
Segundo dia em Alba
Esse dia também foi repleto de lugares lindos e histórias para contar. Visitei a vinícola Ceretto, o Castello Grizane Cavour, almocei no restaurante Michelin La Rey e presenciei a Feira Internacional de Trufas Brancas.
A vinícola Ceretto tem uma arquitetura diferenciada e vinhos maravilhosos. Neste local, inclui a vinícola de mesmo nome – Ceretto -, o Bricco Rocche, o Bricco Asili e I Vignaioli Di S. Stefano.
O grupo familiar Ceretto divide sua produção em 2/3 de brancos e apenas 1/3 de tintos. Não que eles não elaborem grandes tintos, pelo contrário, mas seus cavalos de batalha são tão brancos quanto o equino de Napoleão.
Estabelecidos desde 1937, a vinícola principal fica localizada nos arredores de Alba. A família que é apaixonada por arte e arquitetura de vanguarda, espalhou por seus vinhedos belas e moderníssimas obras de arte que fazem um contraste turbulento com a descolorida e tradicional arquitetura local.
Uma curiosidade desta vinícola, fica por conta de duas decisões estratégicas que estão em implementação: a primeira foi o discutível movimento em direção a agricultura biodinâmica – meios astrologia, meio bruxaria – que enterra chifres de vaca nos vinhedos de acordo com as fases da lua; a segunda decisão, bem mais importante e sensível ao paladar dos enófilos, é abandonar por completo a utilização de barricas pequenas, passando a envelhecer seus vinhos unicamente em toneis de 2.500 litros, tradicionalmente utilizados na região.
Portanto, pouco tempero ao vinho, deixando a fruta se exibir sem grande concorrência. O movimento é uma reviravolta anti-parkeriana, na contra-mão do gosto predominante no mercado internacional, mas que busca a volta às origens do Piemont. Quem viver verá a ação dos consumidores
Localizado no alto da montanha, o Castello Grizane Cavour tem a loja de vinhos mais famosa da região do Piemonte.
Após a visita a vinícola e ao Castello, almocei no restaurante estrelado Michelin La Rey, que fica dentro do IL BOSCARETO RESORT E SPA. Foi uma experiência espetacular e o local apresenta um sistema de gestão de mesas bem peculiar.
Durante a estadia na cidade, uma Feira Internacional de Trufas Brancas acontecia, um local incrível que cheirava a trufas. Na entrada você recebe uma taça com alguns tickets que dão direito a percorrer a feira e tomar algumas taças de vinho É claro que também degustei a trufa branca, optei por comê-la com ovo pochê, uma delícia. Ah, se visitar a cidade durante o festival, saiba que comprar as trufas na feira nem sempre é a melhor opção, vale a pena pesquisar também os preços com os caçadores locais que ficam nas ruas da cidade.
Gostou desta incrível viagem? Deixe o seu comentário aqui abaixo. Caso tenha curiosidade sobre algo mais deste circuito, me pergunta e terei o enorme prazer em responder.