Jura é um departamento de Bourgogne-Franche-Comté, no leste da França, entre a Borgonha e a Suíça, com o nome das Montanhas Jura. É uma área de paisagens, florestas, montanhas, rios e lagos e é uma das áreas mais belas da França, popular entre caminhantes, caminhantes, alpinistas e amantes do ar livre.
Além da beleza natural, o Jura também é uma importante região produtora de vinhos, sendo a menor região vinícola do país.
Os vinhedos de Jura são pequenos, mas suas origens são tão antigas quanto os de Borgonha, e seu clima e solo são únicos, assim como suas uvas.
Até bem pouco tempo desconhecido do grande público, os vinhos do Jura estão na moda entre os grandes conhecedores e no mercado internacional.
A região vinícola do Jura possui 7 sub-regiões:
Apesar de pequena em tamanho, as vinhas de Jura não são pequenas em riqueza e variedade. São 7 denominações de controle e qualidade (AOC), que garantem a autenticidade de seus vinhos:
– Arbois (AOC);
– Côtes du Jura (AOC);
– Château-Chalon (AOC);
– Crémant du Jura (AOC) ;
– L`Etoile (AOC);
– Macvin (AOC);
– Marc du Jura (AOC).
Principais Variedades de Uvas Tintas:
– Ploussard
– Pinot Noir
– Trousseau
Principais Variedades de Uvas Brancas:
– Chardonnay
– Savagnin
Os vinhos brancos do Jura são elaborados com a Chadornnay e com a uva autóctone Savagnin, que possui muita intensidade e acidez. É também usada na produção do célebre Vin Jaune, o vinho amarelo.
Já os vinhos tintos são elaborados com Pinot Noir, Trousseau e Ploussard (também pode se pronunciar Poulsard, dependendo da região).
A Ploussard dá origem a vinhos cheios de frescor, taninos e coloração sutis, suculentos, complexos e aromáticos. Seu nome deriva de uma fruta silvestre local chamada Peloussard, um vez que o sabor agridoce e levemente picante encontrados no vinho se assemelham ao dessa fruta.
São chamados de “vinhos de sede” devido a sua refrescância e seus taninos suaves e elegantes. É considerado um vinho leve e muito saboroso. Sua coloração vermelha clara se assemelha a um suco de morango.
A Trousseau é uma casta mais potente, se comparada à Ploussard, mas ainda assim é delicada. Seus exemplares são mais firmes e têm corpo médio, porém, também são refrescantes.
As uvas Ploussard para o tinto e a savagnin para o branco são as mais emblemáticas e representam um símbolo único da região.
Vinhos famosos e característicos dessa região:
– VIN DE PAILLE (vinho de palha)
Trata-se de um vinho cujas uvas são colhidas manualmente no início do período de colheita, com a escolha somente dos cachos mais saudáveis e sem qualquer sinal de botritis ou outros fungos.
Após a colheita, as uvas são deixadas para secar por pelo menos seis semanas, as vezes até três a quatro meses.
Neste processo, os cachos ficam suspensos em varais (método mais utilizado nos dias de hoje) ou mantidos em caixas com palha (método que deu origem ao nome do vinho, pois paille é palha em francês).
Neste período, as uvas encolhem, pois perdem até metade do seu volume e se tornam mais escuras. Em paralelo, o seu teor de açúcar sobe, para vinhos com potencial teor alcóolico entre 19% e 22%.
Em geral, são vinhos de dulçor médio a extremamente alto, porém balanceados com boa acidez. Devem mostrar uma graduação alcóolica mínima de 14% e passar por envelhecimento mínimo de três anos, dos quais ao menos 18 meses em madeira.
São vinhos que evoluem muito bem, até mesmo décadas, e que harmonizam muito bem com queijos e tortas de frutas e que também podem ser consumidos sozinhos, como um bom vinho de meditação.
– VIN JAUNE (vinho amarelo)
Produzido com a savagnin, que é uma uva autóctone branca de quase 900 anos de idade, não encontrada em nenhuma outra região do mundo.
Trata-se de um vinho oxidado, por isso tem uma cor dourada tão chamativa, o que deu a ele o nome de vinho amarelo. Sem dúvidas é um vinho único, inimitável e singular.
A Savagnin é colhida tardiamente, estagiando em barris de carvalho por um período mínimo de seis anos e três meses, sem qualquer intervenção do produtor, ou seja, sem movimentação ou adição de mais vinho para compensar aquele que evapora com o tempo. Assim, uma camada de leveduras se desenvolve entre o vinho e o ar existente dentro do barril. Esta camada é chamada de voile em francês, que pode ser traduzida como “véu”.
Este véu é similar à flor, que caracteriza os vinhos produzidos no Jerez, e é composto por leveduras (que não são as mesmas que geram a fermentação). Estas leveduras têm dois papéis fundamentais: criar uma camada que protege o vinho de uma oxidação intensa e trazer sabores particulares ao vinho.
Em seguida, o vinho é engarrafado em garrafas peculiares de 620 ml, chamadas localmente “clavelin”.
Seu processo de fermentação foi o núcleo de estudos de Louis Pasteur, famoso cientista do Jura, que inventou um método para impedir que leite e vinho causem doenças, um processo que veio a ser chamado pasteurização, em homenagem ao seu sobrenome.
É um vinho que pode durar décadas de guarda, ou então séculos (há alguns anos, garrafas de 1774 foram vendidas por preços recorde).
São vinhos muito secos. Mesmo tendo sido elaborados, em geral, a partir de uvas bem maduras, as leveduras do voile acabam consumindo qualquer açúcar residual no longo período de envelhecimento. São vinhos de elevada acidez, que geralmente harmoniza muito bem com seu caráter oxidativo.
Possui um poder aromático excepcional. Surpreendente e complexo, não é fácil de beber, mas não deixa ninguém indiferente.
Conta-se que o vinho amarelo nasceu “por acaso”, graças à um barril “esquecido” em uma adega.
Considerado um dos maiores vinhos brancos do mundo, o Vin Jaune é “o ouro do jura”.
– MACVIN DU JURA
Trata-se de um vinho que não é vinho. Como assim? Na verdade o Mac Vin seria um “vin de liqueur”, já que ele é produzido pela adição de aguardente ao mosto não fermentado, que depois de fortificado, é envelhecido em tonel durante o mínimo de 10 meses e engarrafado com álcool entre 16 e 20%.
Pode ser produzido a partir das cinco variedades de uvas da região.
A colheita também é tardia e o mosto é envelhecido em barricas de carvalho durante 12 meses sem fermentação.
Depois disso, adiciona-se o Marc (espécie de aguardente) na medida de um litro para cada dois de mosto. Devido ao elevado nível alcoólico a fermentação não ocorre, pois as leveduras morrem.
O Marc é a aguardente utilizada no processo de produção e é obtido pela destilação dos bagaços do vinho do Jura. A lei exige que ela envelheça por no mínimo 14 meses em barrica antes de ser utilizada.
O Macvin deve ser servido frio, entre 6 e 8 graus e muitas vezes é servido como aperitivo ou acompanhado uma sobremesa.
Pode envelhecer até 20 anos e depois de aberto pode durar ainda algumas semanas.
Vou acompanhar as postagens. São muito bem feitas e estimulantes, tanto para buscar o vinho e experimentar como de conhecer a região citada.
Fico feliz que tenha gostado, Cecília! Esse é nosso objetivo ??
Postagens inteligentes e objetivas para os amantes de vinho. Vou seguir, pois esclarece, agrega conhecimento e ainda dá de presente, lugares lindos onde são produzidos os vinhos. Parabéns
Muito obrigada! Fico feliz que tenha gostado. ?☺️?
Parabéns! Excelente matéria.
Fico feliz que tenha gostado, Vera! Obrigada ??