Desde 1969, a ASI – Association de la Sommellerie Internationale – promove o concurso de melhor sommelier do mundo. Sem dúvida, ter o título de “meilleur du monde” é o ápice na carreira de um profissional. Mas para chegar lá é preciso percorrer um longo caminho.
O concurso é realizado a cada três anos, sempre em sedes diferentes, com representantes dos mais de 50 países associados à ASI. Cada país é representado por seu campeão nacional. No Brasil, a instituição responsável pela seleção é a ABS – Associação Brasileira de Sommeliers. Em 2013, nosso representante foi Diego Arrebola.
Durante a disputa, provas escritas e orais propõem a harmonização de vinhos e comidas, degustação de vinhos e destilados e outras tarefas. O conhecimento sobre bebidas e gastronomia, porém, não é suficiente para definir o número 1 do mundo. Postura, comunicação, fluência em línguas estrangeiras e, claro, conhecimentos geográficos também são importantíssimos para o júri.
As provas têm pesos diferentes e os três melhores vão para a final. A chamada “tomada de serviço completo”, com a presença de espectadores, é a etapa decisiva. Nela, o sommelier precisa agir como em um restaurante, degustar às cegas e identificar, imediatamente, o que estava bebendo. Em 2008, por exemplo, foram 14 destilados para serem degustados em cinco minutos. -Eu tive que estudar muito para a competição. As provas têm questões muito específicas e exigem conhecimentos sobre regiões menores ou nem tão conhecidas pela tradição vinícola. Tudo isso é dificultado pela obrigatoriedade de fazer todas as provas em inglês, francês ou espanhol – revelou o sommelier Diego Arrebola.
Apesar do título de melhor do mundo ter sido concedido apenas aos homens até hoje, as mulheres têm formado uma forte concorrência. Na competição de 2013, no Chile, sete mulheres estavam entre os 51 concorrentes. E quatro delas chegaram às semifinais. Isso corrobora com a virada de uma página na história do vinho, que deixou de ser área restrita aos homens.
O último campeão foi Paolo Basso, um italiano que representava a Suíça, país em que se formou. Paolo foi o melhor sommelier da Europa em 2010, vice campeão mundial em 2010 e, em 2013, finalmente consagrou-se o melhor sommelier do mundo.
– É preciso uma boa dose de loucura para ser o melhor do mundo. É uma rotina de estudo muito puxada, de modo que alguns dos melhores profissionais do vinho no mundo chegam a passar mais de uma década buscando esse título, como foi o caso de Gerard Basset, que começou no Mundial de 92 e só chegou ao título em 2010. É necessário determinação, disponibilidade para estudar e se preparar, além de um bom capital para investir em degustações, viagens, literatura e contratação de técnicos – explicou Diego.
A cidade de Mendoza, na Argentina, foi a escolhida pela ASI para sediar a disputa de 2016. Uma escolha surpreendente. Mesmo concorrendo com a França, queridinha dos enófilos, a Argentina teve 30 votos a favor e apenas 7 contra. Mendoza será a terceira cidade da América Latina a sediar o evento, que já passou pelo Rio de Janeiro e por Santiago.
A previsão é que o concurso aconteça entre os dias 15 e 20 de abril, para potencializar as festividades do Malbec World Day, celebrado em 17 de abril. A data comemora a ocasião em que o presidente Domingo Faustino Sarmiento oficialmente decidiu transformar a indústria vinícola argentina e pediu a Michel Aimé, um expert em solo, que trouxesse novas videiras. Dentre elas, estava a Malbec, uva emblemática da Argentina.
– Esse será o primeiro Mundial em muitos anos sem um favorito claro ao título, o que aumenta as chances de surpresas – comentou o sommelier Diego Arrebola.
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Por Priscila Minussi
Matéria excelente, tão fascinante quanto “El vino”
Parabens
Sempre um prazer ter estas matérias e
Meu email .desejo a vinho etc prosperidade e uma feliz Páscoa
Eu achei a matéria muito importante, E eu vou torcer pelos, Brasileiros no próximo evento.
tudo em nome do vinho
Muito bom saber que mais mulheres estão se destacando nesse universo tão fascinante! Bela matéria!
Boa matéria, para deixar o apreciador de um bom vinho sempre informado: Parabéns.