“Se todos os que nos rodeiam abraçarem esse sonho, se o nosso vinho reunir as pessoas e ainda se conseguirmos retribuir à região tudo o que ela nos proporciona, então teremos plantado a semente para que as próximas gerações tenham uma nova visão sobre a região de Espírito Santo do Pinhal e sobre o vinho brasileiro.”
Com origem fortemente ligada ao campo, a Família Guaspari se dedicou a um desafio corajoso: transformar uma antiga fazenda de café em uma vinícola de referência nacional.
A história começa em 2001, quando os Guaspari identificaram na região de Espírito de Pinhal, a 200 km da cidade de São Paulo, condições muito favoráveis à viticultura. Fatores como a semelhança da paisagem com a Toscana, a origem italiana da população local e da família, o terreno granítico e a oportunidade de adquirir videiras de uma estação experimental os inspiraram a seguir em frente com o projeto. Decidiram, então, jogar as primeiras sementes.
Espírito Santo do Pinhal fica na fronteira com Minas Gerais e possui um microclima muito semelhante a das maiores regiões produtoras de vinho. Altitudes entre 1.000 m e 1.300 m, noites frescas, ótima insolação, temperaturas entre 10ºC e 12ºC durante a colheita e solo seco e granítico com boa drenagem resultaram num terroir invejável.
As primeiras videiras foram plantadas em 2006, ocupando seis hectares. Eram mudas de diversas variedades francesas, escolhidas em virtudes das características do terroir da região. Dois anos mais tarde, a vinícola foi construída.
Em 2008, o primeiro vinho foi produzido artesanalmente. Foram apenas 30 garrafas, que comprovaram o potencial da marca. A partir daí, a família não mediu esforços para atingir o grau de excelência em seu negócio. Vale lembrar que esta é a única vinícola na região, o que exigiu muito esforço para atender às normas técnicas e aos padrões mais rígidos de produção e controle em todas as etapas do processo.
Gradualmente a área de cultivo foi sendo ampliada e atualmente conta com 50 hectares de vinhedos próprios. São produzidos vinhos tintos e brancos, com as variedades Syrah e Sauvignon Blanc.
Um dos grandes diferenciais da vinícola é a transferência da safra para o inverno. O clima justifica a escolha: amplitude térmica, insolação e ausência de chuvas durante os meses de julho e agosto formam as condições ideais, semelhantes às das grandes regiões produtoras mundiais. Essa técnica é possível graças ao manejo de dupla poda. Ao invés de uma só poda, são feitas uma poda de formação (imediatamente após a colheita) e uma de produção.
De 12 a 24 meses, a bebida fica nas barricas de carvalho francês, muitas delas importadas pela primeira vez ao Brasil especialmente para esta produção. Em seguida, começa o momento de engarrafar os vinhos. A linha de engarrafamento foi importada da Itália e opera sem intervenção humana, totalmente automática. Além disso, todas as rolhas de cortiça são importadas de Portugal. Após esse processo, ainda é necessário dar tempo ao vinho para se aprimorar. Por isso ele retorna à adega, onde fica de 6 a 18 meses.
É possível agendar visitas na Vinícola Guaspari e conhecer também os outros cultivos locais: de café, macadâmia, azeitona e chá. Vale a pena o passeio. Com um projeto paisagístico que preserva o estilo da propriedade, a vista é de tirar o fôlego e já serviu até de cenário para novelas como Terra Nostra (1999).
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Por Priscila Minussi
baita desafio encarado muito bem pela família. souberam identificar oportunidade do terreno em produzir vinhos que se encontram à frente do profissionalismo e tecnologia.
Adorei a matéria, e gostaria de saber como agendar uma visita. Gostria de saber t bem como seria . Antes de umapossível visita, experitar a maravilha que deve ser este vinho.
Tive o prazer de “ver” esse desafio em Espírito Santo do Pinhal, acompanhando os rumores da expectativa do que viria a ser esse empreendimento custoso e ousado. Na ocasião, a uns 6 anos, namorava um Pinhalense apaixonado por vinhos que empolgado pela experiência e ao que isso representaria para a cidade, me levou a visitar a fazenda (belíssima) e a vinícula. A dois meses provei o vinho e adorei a experiência, principalmente porque me remete boas memórias! Que bacana poder viver isso aqui no Brasil!
Estao no momento no final da colheita? Será possivel dazer vusita agora?
Que otima materia, adorei saber desta
vinicola, agora quero experimentar o
vinho. Se me permite uma
correcao no texto, nao eh “fronteira” mas sim “divisa”.
um
abraco
Bom dia. Quando e como fazer par visitar? Tem algum curso disponível?
Gostaria de aprender um pouco, in loco, sobre todo o processo, desde o terroir, até o envazamento para venda.
Bela experiência.
Obrigado
Gostei muito da e gostaria de agendar uma visita. Como devo proceder? Muito obrigadas.
Bom dia !
Temos uma outra vinicola aqui no Brasil que fica no Estado de São Paulo ,na cidade de Ituverava, bem próximo a minha cidade Ribeirão Preto. Vinicola Marchese di Ivrea. Em breve vou visitá-los.
Um abraço.
Gostei muito da matéria, porém, não é possível ainda realizar visitas.
Sou de Sorocaba desejo conhecer a vinícola obrigado
É
Parabéns a Guaspari pelo belíssimo projeto, degustei o Guaspari Syrah Vista do Chá á convite de um amigo, isso depois de tomarmos 4 garrafas de grandes vinhos e o Guaspari nos surpreendeu. Sou um amante do vinhos e trabalho nesta profissão há 22 anos
Que maravilha, Lélio! Obrigada por compartilhar conosco! Abraço